sexta-feira, 10 de maio de 2013

[Resenha] Senhora - José de Alencar

Buenas gente,

Vamos prestigiar um pouco a Literatura Brasileira.



Editora: FTD
Autor: José de Alencar
ISBN: 8532205879
Ano: 1999
Páginas: 162




Sinopse: Aurélia Camargo, filha de uma pobre costureira e órfã de pai, apaixonou-se por Fernando Seixas – homem ambicioso - a quem namorou. Este, porém, desfez a relação, movido pela vontade de se casar com uma moça rica, Adelaide Amaral, e pelo dote ao qual teria direito de receber. Passado algum tempo, Aurélia, já órfã de mãe também, recebe uma grande herança do avô e ascende socialmente.Passa, pois, a ser figura de destaque nos eventos da sociedade da época. Dividida entre o amor e o orgulho ferido, ela encarrega seu tutor e tio, Lemos, de negociar seu casamento com Fernando por um dote de cem contos de réis. O acordo realizado inclui, como uma de suas cláusulas, o desconhecimento da identidade da noiva por parte do contratado até as vésperas do casamento. Ao descobrir que sua noiva é Aurélia, Fernando se sente um felizardo, pois, na verdade, nunca deixara de amá-la. E abre seu coração para ela. A jovem, porém, na noite de núpcias, deixa claro: "comprou-o" para representar o papel de marido que uma mulher na sua posição social deve ter. Dormiram em quartos separados. Aurélia não só não pretende entregar-se a ele, como aproveita as oportunidades que o cotidiano lhe oferece para criticá-lo com ironia. Durante meses, uma relação conjugal marcada pelas ofensas e o sarcasmo se desenvolve entre os dois.

José de Alencar, autêntico representante do Romantismo no Brasil. Autor de grandes clássicos da literatura brasileira como "O guarani", "O gaúcho", "Lucíola".
Alencar tem o que amo, o requinte da escrita rebuscada, detalhista e observador perante seus personagens. Apesar de ser uma leitura complicada no início, logo nos acostumamos.
Alencar procura retratar a realidade burguesa da época, os esplendorosos bailes, as belas e impecáveis vestimentas, o zelo pela postura, educação, costume. Tudo com o requinte da idade do ouro.
Eesse ouro na mão burguesa trouxe um novo comércio... o comércio de pessoas, o comércio do amor, o comércio do Matrimônio.
Uma concessão entre as partes, onde ambos os lados querem ganhar lucrar com o casamento negócio.

Atentando agora a personagem principal, Aurélia, que se destaca mesmo em meio a febre da ganância. A jovem, que ao deixar de ser pobre teve a audácia de também ser inteligente. Sim, porque lembrem-se que falamos de 'romantismo',  e no romantismo temos a exaltação da mulher perfeita e incansável, insignes anjos da casa, o ornamento e adorno ao homem, seu prêmio para vangloriar-se perante a sociedade.

Aurélia não era um adorno, e jamais seria um prêmio. Tendo experimentado o gosto da pobreza, ela, mais do que ninguém, observou o gosto acre do que o ouro pode trazer.
Por mais bela que fosse, encontrava nos olhos de seus pretendentes o desejo de ter suas heranças em mãos, de poder expo-la como troféu na alta sociedade, em bailes e teatros, vangloriar-se de a tela só para si. Era uma realidade de aparências (convenhamos, não tão diferente da atual, mas menos tolerante), a realidade incutia ao ouro, valor ilimitado, superior que os sentimentos latentes nos corações. Lembram daquela: "Só pobre que ama!", talvez a frase seja generalista, mas com certeza não é infundada, os sentimentos são apenas uma consequência...

Aurélia distinguia-se por observar além, não seria apenas mais um ornamento para um homem, muito menos aceitaria um casamento sem que desse seu próprio consentimento, ou melhor, sem que ela mesma escolhesse o felizardo, e claro,  não antes de este passar por uma série de penitências.

Afastando-nos da ironia em pessoa, vamos explanar a situação, que até se encaixa no velho e bom ditado: "Uma laranja podre na cesta estraga todas as outras".
 Como escolher dentre a sociedade, aquele menos ganancioso e pretensiosamente arrogante, se esse já está convivendo no meio da tal estirpe? Já não está podre, como todas as outras laranjas na sociedade?

E até que ponto um casamento por 'escolha' leva a existência de um sentimento entre o casal? Ou seja, Aurélia estaria disposta a escolher seu noivo ao invés do sonho de todas as mulheres no romantismo, apaixonar-se por seu prometido (mesmo tendo conhecido, por exemplo, um mês antes e de repente, "ops, descobri que estou apaixonada...").
Aceitar! Aceitar é a palavra certa. Estás mulheres aceitam que devem amar seus maridos, não que os amam e então deverão casar. Eis a mudança que tivemos no passar dos séculos...

O livro desenrola-se em Aurélia escolher Fernando para seu marido, este era o homem ao qual ela havia se apaixonado quando ainda era pobre, mas fatos do passado os afastaram e a deixaram com a cicatriz incurável? da decepção...


Buenas, fica a dica, um livro mega curto, rápida leitura, mas nada disso a desmerece.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Nós adoramos os comentários e as suas opiniões!
Leu? E o que achou? Deixe um comentário!


*Comentário de cunho ofensivo sem critica construtiva serão desconsiderados
*Assim como comentários racistas e com palavras de baixo calão.